terça-feira, 28 de maio de 2013

Assembléias Escolares

       
        A escola comunitária de Campinas (ecc), resolveu adotar as assembléias escolares para ter um modelo de escola democrática, ou seja, a participação dos alunos nas decisões da escola e soluções de problemas através do diálogo.
        As assembéias são divididas três etapas:
        A primeira é a assembléia de classe, que acontece em sala de aula, os alunos escrevem no painel suas críticas e felicitações e na própria sala de aula é colocada em discutição para ser resolvido entre eles.
        A segunda é a assembléia de escola, essa assembléia tem representantes tem respresentantes de todas as turmas, dos professores, dos funcionários e da direção da escola, é organizado do mesmo modo como é discutido nas assembléias de classe, porém com críticas e felicitações gerais, ou seja, mais abrangente, pois envolve toda a escola.
       E a terceira e última é a assembléias dos professores, onde os professores se reúnem para discussões  acadêmicas e pedagogicas e também é um meio deles passarem pela mesma experiência que seus alunos.
       Os maiores benefícios das assembléias são a diminuição da indisciplina e violência na escola, porém este benefício tem que ocorrer espontâneamente, pois se os professores já tiverem a intenção de usufruir das assembléias já visando o resultado dos benefícios corre o risco de não dar certo e os problemas continuarem.

Pedagogia Hospitalar e Atendimento Pedagógico Domiciliar

Você sabia que a criança hospitalizada(o) ou impossibilitada de ir a escola tem direito à educação?

O que é Pedagogia Hospitalar?
É o atendimento educacional destinado aos alunos internados no hospital, ou tratamento ambulatorial prolongado. O trabalho tem um foco pedagógico a fim de desenvolver potencialidades cognitivas, promover a socialização e a continuidade do processo de aprendizagem. O fazer docente no ambiente hospitalar muitas vezes requer adaptações curriculares e busca parceria com as escolas de origem do aluno, minimizando os efeitos traumáticos da internação por meio da construção do conhecimento.

O que é Atendimento Pedagógico Domiciliar?

O Atendimento Pedagógico Domiciliar se constitui de uma modalidade de educação que visa garantir o direito a educação ao aluno que esteja em permanência prolongada em domicílio, estando condicionado a impossibilidade de locomoção ou restrição de contato entre o aluno e a escola.

A Unidade Municipal de Ensino que detectar a falta excessiva do aluno e constatar que o motivo seja saúde pode solicitar o atendimento domiciliar à Coordenação de Educação Especial. O trabalho realizado no Atendimento Pedagógico Domiciliar segue lógica semelhante à do Programa Pedagogia Hospitalar no que tange ao trabalho articulado com as escolas. Neste caso, o professor participa de reuniões de planejamento da Escola de origem do aluno buscando realizar a integração curricular.

Ser Diferente É Normal


Video:
https://www.youtube.com/watch?v=WjdPIFKd64c

Todo mundo tem seu jeito singular
De ser feliz, de viver e de enxergar
Se os olhos são maiores ou são orientais
E daí, que diferença faz?
Todo mundo tem que ser especial
Em oportunidades, em direitos, coisa e tal
Seja branco, preto, verde, azul ou lilás
E daí, que diferença faz?
Já pensou, tudo sempre igual?
Ser mais do mesmo o tempo todo não é tão legal
Já pensou, sempre tão igual?
Tá na hora de ir em frente:
Ser diferente é normal!
Ser diferente é normal!
Ser diferente é normal!
Ser diferente é normal!
Todo mundo tem seu jeito singular
De crescer, aparecer e se manifestar
Se o peso na balança é de uns quilinhos a mais
E daí, que diferença faz?
Todo mundo tem que ser especial
Em seu sorriso, sua fé e no seu visual
Se curte tatuagens ou pinturas naturais
E daí, que diferença faz?
Já pensou, tudo sempre igual?
Ser mais do mesmo o tempo todo não é tão legal
Já pensou, sempre tão igual?
Tá na hora de ir em frente:
Ser diferente é normal!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Estudo Errado - Gabriel o Pensador

Video clip: https://www.youtube.com/watch?v=l540Ho2qSAk

Estudo Errado-Gabriel O Pensador

– Atenção pra chamada! Aderbal?
- Presente!
- Aninha?
- Eu!
- Carol?
- Presente!
- Douglas?
- Alô!
- Fernandinha?
- Tô aqui.
- Geraldo?
- Eu!
- Itamarzinho?
- Faltou.
- Juquinha?
Eu tô aqui pra quê?
Será que é pra aprender?
Ou será que é pra sentar, me acomodar e obedecer?
Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater
Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever
A professora já tá de marcação porque sempre me pega
Disfarçando, espiando, colando toda prova dos colegas
E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo
E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo
Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude
Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!"
Então dessa vez eu vou estudar até decorar cumpádi
Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde
Ou quem sabe aumentar minha mesada
Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?)
Não. De mulher pelada
A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada
E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!)
A rua é perigosa então eu vejo televisão
(Tá lá mais um corpo estendido no chão)
Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação
- Ué não te ensinaram?
- Não. A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil
Em vão, pouco interessantes, eu fico pu..
Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio
(Vai pro colégio!!)
Então eu fui relendo tudo até a prova começar
Voltei louco pra contar:
Manhê! Tirei um dez na prova
Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Decoreba: esse é o método de ensino
Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino
Não aprendo as causas e conseqüências só decoro os fatos
Desse jeito até história fica chato
Mas os velhos me disseram que o "porque" é o segredo
Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo
Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente
Eu sei que ainda não sou gente grande, mas eu já sou gente
E sei que o estudo é uma coisa boa
O problema é que sem motivação a gente enjoa
O sistema bota um monte de abobrinha no programa
Mas pra aprender a ser um ingonorante (...)
Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir)
Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre
Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste
- O que é corrupção? Pra que serve um deputado?
Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso!
Ou que a minhoca é hermafrodita
Ou sobre a tênia solitária.
Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (...)
Vamos fugir dessa jaula!
"Hoje eu tô feliz" (matou o presidente?)
Não. A aula
Matei a aula porque num dava
Eu não agüentava mais
E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais
Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam
(Esse num é o valor que um aluno merecia!)
Íííh... Sujô (Hein?)
O inspetor!
(Acabou a farra, já pra sala do coordenador!)
Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar
E me disseram que a escola era meu segundo lar
E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente
Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre!
Então eu vou passar de ano
Não tenho outra saída
Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida
Discutindo e ensinando os problemas atuais
E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais
Com matérias das quais eles não lembram mais nada
E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada
Refrão
Encarem as crianças com mais seriedade
Pois na escola é onde formamos nossa personalidade
Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância, a exploração, e a indiferença são sócios
Quem devia lucrar só é prejudicado
Assim vocês vão criar uma geração de revoltados
Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio
Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio...
Juquinha você tá falando demais assim eu vou ter que lhe deixar sem recreio!
Mas é só a verdade professora!
Eu sei, mas colabora se não eu perco o meu emprego.

Filme "Escritores da Liberdade"





O filme "Escritores da Liberdade" (Freedom Writers, EUA, 2007) aborda, de uma forma comovente e instigante, o desafio da educação em um contexto social problemático e violento. Tal filme se inicia com uma jovem professora, Erin (interpretada por Hilary Swank), que entra como novata em uma instituição de "ensino médio", a fim de lecionar Língua Inglesa e Literatura para uma turma de adolescentes considerados "turbulentos", inclusive envolvidos com gangues.
          Ao perceber os grandes problemas enfrentados por tais estudantes, a professora Erin resolve adotar novos métodos de ensino, ainda que sem a concordância da diretora do colégio. Para isso, a educadora entregou aos seus alunos um caderno para que escrevessem, diariamente, sobre aspectos de suas próprias vidas, desde conflitos internos até problemas familiares. Ademais, a professora indicou a leitura de diferentes obras sobre episódios cruciais da humanidade, como o célebre livro "O Diário de Anne Frank", com o objetivo de que os alunos percebessem a necessidade de tolerância mútua, sem a qual muitas barbáries ocorreram e ainda podem se perpetrar.
        Com o passar do tempo, os alunos vão se engajando em seus escritos nos diários e, trocando experiências de vida, passam a conviver de forma mais tolerante, superando entraves em suas próprias rotinas. Assim, eles reuniram seus diários em um livro, que foi publicado nos Estados Unidos em 1999, após uma série de dificuldades. É claro que projetos inovadores como esse, em se tratando de estabelecimentos de ensino com poucos recursos, enfrentam diversos obstáculos, desde a burocracia até a resistência aos novos paradigmas pedagógicos. Em países como o  Brasil, então, as dificuldades são imensas, mas superáveis, se houver engajamento e esforços próprios.
          Nesse sentido, o filme "Escritores da Liberdade" merece ser visto como apreço, sobretudo pela sua ênfase no papel da educação como mecanismo de transformações individuais e comunitárias. Com essas considerações, vê-se que a educação, como já ressaltaram grandes educadores da estirpe de Paulo Freire, tem um papel indispensável no implemento de novas realidades sociais, a partir da conscientização de cada ser humano como artífice de possíveis avanços em sua própria vida e, principalmente, em sua comunidade. 

Ricardo Semler




Ricardo Semler sempre foi um menino curioso. Mas, na escola, os professores, quase todos desinteressantes, e as matérias desligadas do cotidiano abatiam seu entusiasmo. Cabulava, tirava as notas mínimas para passar o ano. "Se tirasse 5,5 na primeira prova e precisasse de 4,5 na segunda, estudava apenas metade do material", recorda.
O menino se tornou empresário nacionalmente conhecido pela curiosidade de mudar práticas de gestão. Estimulou, como nunca se tinha visto no Brasil, a participação dos empregados nas decisões. Dessa experiência, surgiu o best-seller "Virando a Própria Mesa" , de 1988 (a última edição saiu pela Rocco em 2002).
Depois de virar a empresa, empenha-se agora em virar a escola. Com a ajuda de Helena Singer, cuja dissertação de mestrado abordou experiências de escolas democráticas -os alunos mandam tanto ou mais do que os professores-, Semler lançou, em São Paulo, a escola Lumiar.
Percebeu que a empresa democrática devia ser precedida de uma escola democrática. "É preciso desprogramar as pessoas que vêm trabalhar nas empresas, que passaram a vida toda aprendendo a ficar quietas, a sentar, a levantar e a ir ao banheiro com permissão. São condicionadas a seguir instruções em vez de pensar livremente."
A idéia é criar um espaço no qual os alunos sejam protagonistas, escolhendo o que e quando estudar, guiados não por um currículo prefixado, mas pela curiosidade. "Se alguém fosse 'criogenizado' há 150 anos e acordasse numa empresa ou num hospital, numa casa ou no exército, pouco reconheceria. Apenas numa escola sentiria que tudo estava igual."
Na Lumiar, o professor não é o professor como o conhecemos. Não é guiado pelos conteúdos definidos em currículos. Ele deve saber montar sua aula em cima do presente, usando a curiosidade do aluno como sua principal matéria-prima. Deve saber encontrar meninos como Semler, tão encantados pelo saber que a escola chegou a atrapalhar seus estudos.

José Pacheco e a Escola da Ponte

Video (entrevista) https://www.youtube.com/watch?v=Ad3cRwbI4DU

O educador português conta como é a Escola da Ponte, em que não há turmas, e diz que quem quer inovar deve ter mais interrogações que certezas

A Escola da Ponte é bem diferente das tradicionais. Como ela funciona?
JOSÉ PACHECO Lá não há séries, ciclos, turmas, anos, manuais, testes e aulas. Os alunos se agrupam de acordo com os interesses comuns para desenvolver projetos de pesquisa. Há também os estudos individuais, depois compartilhados com os colegas. Os estudantes podem recorrer a qualquer professor para solicitar suas respostas. Se eles não conseguem responder, os encaminham a um especialista.

Existem salas de aula?

PACHECO Não há salas de aula, e sim lugares onde cada aluno procura pessoas, ferramentas e soluções, testa seus conhecimentos e convive com os outros. São os espaços educativos. Hoje, eles estão designados por área. Na humanística, por exemplo, estuda-se História e Geografia; no pavilhão das ciências fica o material sobre Matemática; e o central abriga a Educação Artística e a Tecnológica.

A arquitetura mudou para acompanhar o sistema de ensino?
PACHECO Não. Aliás, isso é um problema. Nosso sonho é um prédio com outro conceito de espaço. Temos uma maquete feita por 12 arquitetos, ex-alunos que conhecem bem a proposta da escola. Esse projeto inclui uma área que chamo de centro da descoberta, onde compartilharemos o que sabemos. Há também pequenos nichos hexagonais, destinados aos pequenos grupos e às tarefas individuais. Estão previstas ainda amplas avenidas e alguns cursos d'água, onde se possa mergulhar os pés para conversar, além de um lugar para cochilar. As novas tecnologias da informação devem estar espalhadas por todos os lados para ser democraticamente utilizadas pela comunidade, o que já conseguimos.

Os professores precisam de formação específica para lecionar lá?
PACHECO Não. Eles têm a mesma formação que os de outras instituições. O diferencial é que sentem uma inquietação quanto à educação e admitem existir outras lógicas. Nossa escola é a única no país que pode escolher o corpo docente. Os candidatos aparecem geralmente como visitantes e perguntam o que é preciso para dar aulas lá. Digo apenas para deixarem o nome. No fim de cada ano fazemos contato. Hoje somos 27, cada um com suas especializações.

Como os novos professores se adaptam à proposta da escola?
PACHECO Há profissionais que estiveram sozinhos em sala durante anos e quando chegam constatam que sua formação e experiência servem para nada. De cada dez que entram, um não agüenta. Outros desertam e regressam depois. Mas nós também, por vezes, temos que nos adaptar. Há dois anos recebemos muitas crianças e professores novos, não familiarizados com a nossa proposta. Apenas a quinta parte do corpo docente já estava lá quando isso aconteceu. Passamos a conviver com mestres que sabiam dar aula e estudantes que sabiam fazer cópias. Foi necessário dar dois ou três passos para trás para que depois caminhássemos todos juntos. Precisamos aceitar o que os outros trazem e esperar que eles acreditem em nossas idéias. Essa é a terceira vez que passamos por isso.

Qual o perfil dos alunos atendidos pela Escola da Ponte?
PACHECO Eles têm entre 5 e 17 anos. Cerca de 50 (um quarto do total) chegaram extremamente violentos, com diagnósticos psiquiátricos e psicológicos. As instituições de inserção social que acolhem crianças e jovens órfãos os encaminham para as escolas públicas. Normalmente eles acabam isolados no fundo da classe e, posteriormente, são encaminhados para nós. No primeiro dia, chegam dando pontapés, gritando, insultando, atirando pedras. Algum tempo depois desistem de ser maus, como dizem, e admitem uma das duas hipóteses: ser bom ou ser bom.

Como os estudantes vindos de outras escolas se integram a um sistema tão diferente?
PACHECO Não é fácil. Há crianças e jovens que chegam e não sabem o que é trabalhar em grupo. Não conhecem a liberdade, e sim, a permissividade. Não sabem o que é solidariedade, somente a competitividade. São ótimos, mas ainda não têm a cultura que cultivamos. Quando deparam com a possibilidade de definir as regras de convivência que serão seguidas por todos ou não decidem nada ou o fazem de forma pouco ponderada. Em tempos de crise, como agora, em que muitos estão nessa situação, precisamos ser mais diretivos. Só para citar um exemplo, recebemos um garoto de 15 anos que tinha agredido seu professor e o deixado em estado de coma. Como um jovem assim pode, de imediato, participar da elaboração de um sistema de direitos e deveres?

A escola nem sempre seguiu uma proposta inovadora. Como ocorreu a transformação?
PACHECO Até 1976, a escola era igual a qualquer outra de 1ª a 4ª série. Cada professor ficava em sua sala, isolado com sua turma e seus métodos. Não havia comunicação ou projeto comum. O trabalho escolar era baseado na repetição de lições, na passividade. Naquele ano, havia três educadores e 90 estudantes. Em vez de cada docente adotar uma turma de 30, juntamos todos. Nosso objetivo era promover a autonomia e a solidariedade. Antes disso, porém, chamamos os pais, explicamos o nosso projeto e perguntamos o que pensavam sobre o assunto. Eles nos apoiaram e defendem o modelo até hoje.

Qual é a relação dos pais com a escola?
PACHECO Eles participam conosco de todas as decisões. Se nos rejeitarem, teremos de procurar emprego em outro lugar. Também defendem a escola perante o governo. Neste momento, os pais estão em conflito com o Ministério da Educação. Ao longo desses quase 30 anos, quiseram acabar com nosso projeto. Eu, como funcionário público, sigo um regime disciplinar que me impede de tomar posições que transgridam a lei, mas o ministro não tem poder hierárquico sobre as famílias. Portanto, se o governo discordar de tudo aquilo que fazemos, defronta-se com este obstáculo: os pais. Eles são a garantia de que o projeto vai continuar.

Como sua escola é vista em Portugal?
PACHECO Há uma grande resistência em aceitar o nosso modelo, que é baseado em três grandes valores: a liberdade, a responsabilidade e a solidariedade. Algumas pessoas consideram que todos precisam ser iguais e que ninguém tem direito a pensamento e ação divergentes. Há quem rejeite a proposta por preconceito, mas isso nós compreedemos porque também temos os nossos. A diferença é que nós nunca colocamos em cheque o trabalho dos outros. Consideramos que quem nos ataca faz isso porque não foi nosso aluno e não aprendeu a respeitar o ponto de vista alheio.

Qual é o segredo de sucesso da proposta seguida pela Ponte?

PACHECO Nós acreditamos que um projeto como o nosso só é viável quando todos reconhecem os objetivos comuns e se conhecem. Isso não significa apenas saber o nome, e sim ter intimidade, como em uma família. É nesse ponto que o projeto se distingue. O viver em uma escola é um sentimento de cumplicidade, de amor fraterno. Todos que nos visitam dizem que ficam impressionados com o olhar das pessoas que ali estão, com o afeto e a palavra terna que trocam entre si. Não sei se estou falando de educação ou da minha escola, mas é isso o que acontece lá.

O modelo da Escola da Ponte pode ser seguido por outras escolas?
PACHECO Não defendo modelos. A Escola da Ponte fez o que as outras devem e podem fazer, que é produzir sínteses e não se engajar em um único padrão. Não inventamos nada. Estamos em um ponto de redundância teórica. Há muitas correntes e quem quer fazer diferente tem de ter mais interrogações do que certezas. Considero que na educação tudo já está inventado. A Escola da Ponte não é duplicável e não há, felizmente, clonagem de projetos educacionais.

Hoje a escola pode funcionar sem o senhor?
PACHECO Fui e continuo sendo um intermediário. Não tenho mérito por isso, apenas cumpro a minha missão. Vou me afastar dentro de um ano e estou amargamente antecipando essa despedida. Todo pai tem de deixar o filho andar por si próprio e, nesse momento, a Ponte caminha sozinha. Depois quero continuar desassossegando os espíritos em lugares onde há gente generosa, que só precisa de um louco com a noção da prática, como eu. Agora ninguém pode dizer que uma experiência como a da Escola da Ponte não aconteceu, porque ela existe e provamos que é possível.

terça-feira, 23 de abril de 2013





Resolvi postar alguns dos filmes ou documentarios que me foi passado em sala de aula e que foi muitíssimo útil para minha vida acadêmica e futura PROFESSORA.

Filme: Pro dia nascer feliz.



O filme Pro dia nascer feliz, João Jardim nos mostra algo muito conhecido pelos brasileiros, que a educação no Brasil vive em um verdadeiro desastre e pior sem nenhuma iniciativa de melhora, nem por parte dos integrantes da escola (alunos, professores...), nem da sociedade a volta da escola (pais dos alunos, governantes...). O filme mostra algo muito interessante, que as dificuldades não são só assistidas em escolas públicas, por causa das suas super lotações ou falta de verba escolar, mais também em escolas particulares com a falsa imagem de que tudo está completo e bem.
No decorrer do filme é possível perceber que os professores das escolas públicas estão cansados, alguns desanimados por projetos de melhoras que atingiram muito poucos alunos, porém eles disseram o porquê do seu desanimo e cansaço, já os professores das escolas particulares, não dão opinião, parece que vivem em “uma espécie de bolha” como uma das alunas da própria escola faz questão de dizer, no entanto ela não deixaria de fazer sua aula de natação para fazer um trabalho comunitário da favela. Os alunos das escolas públicas não se sentem bem para pedir ajuda aos seus professores, pelo ao contrario vêem eles como um inimigo que eles fazem questão de faltar com respeito. Já os alunos das escolas particulares se sentem sufocados por tanta exigência dos pais e nenhum apoio psicológico.
O filme também aborta outro tema muito polemico que é o de um aluno sem ter tido nota e muito menos aprendizado suficiente para passar de ano, ir para um conselho de classe e acabar passando, chega a ser ridículo como ele se gaba de não ter feito nada em sala de aula e mesmo assim passado de ano. Esse mesmo aluno porem diz que se não fosse um projeto de música ao qual ele participa tocando, ele estaria na rua propicio as coisas das ruas (drogas, marginalidade) e isso nos mostra que os professores tentam mostrar aos alunos que a escola deve ser vista como uma coisa boa para a sua adolescência. E estando do outro lado a aluna do Colégio Santa Cruz que teve de ter aulas particulares para acompanhar as aulas da escola que por sua grande exigência a reprovaria se não alcance a meta.
A parte mais estratégica do filme foi mostrar uma verdadeira poeta que estuda no sertão de Pernambuco, ela é a prova de que um aluno não se faz apenas pela  escola que estuda e sim que mesmo diante das dificuldades, tanto de transporte quanto de dinheiro, se faz através de um livro que ganhou e descobre um mundo ao qual não fora apresentando na escola pois os professores acham que todos são desinteressados, e chegam até mesmo duvidar de suas criações.
O filme serve como um questionamento, ou um ponto de partida para um belo debate, porém em minha humilde opinião não acho que isso seja o suficiente para melhorar a educação no Brasil, confesso também que não sei a solução para esse grande problema que enquanto não for solucionado, haverá essa separação de escolas, professores e classes.
 

Video:  https://www.youtube.com/watch?v=g5W7mfOvqmU

Filme: Entre os muros da escola.


Dirigido por: Laurent Cantent;                                                
País de produção: França;                                                                                           
Duração: 2hrs 30 min.

         O Filme “entre os muros da escola” começa com cenas do cotidiano de um novo ciclo escolar, o professor François no qual leciona língua francesa em uma escola de ensino médio, localizada na periferia de Paris, está na sala dos professores junto com os colegas de trabalho se organizando pedagogicamente, porém é nesse momento que percebemos como eles já fazem um tipo de “classificação” ou “prejulgamento” dos alunos, e por se tratar de um “prejulgamento”, trata-se de pura especulação, ou seja, depende do professor se o aluno será esforçado, bom ou não.
            É visto com bastante clareza que os maiores empecilhos em sala de aula são: a diversidade racial (imigração) e várias etnias e culturas misturadas em uma única sala, até ai então não é o problema, o problema está em como o professor passa por cima disso, se preocupando em conteúdos, e deixando de ensinar sobre moral e bons costumes, pelo ao contrário fez com que um aluno fosse para conselho de classe para avaliar se seria caso de expulsão, e no caso foi, sendo que o início de toda a discussão foi o próprio professor quando agrediu com palavras as alunas, as chamando de vagabundas. O diretor da escola que também deveria ser um exemplo aos alunos da escola, aparentemente também não tem costume de usar a moral e os bons costumes, pois nada fez ao professor que deveria ser no mínimo afastado por alguns dias assim como o seu aluno.
            O final do filme nos surpreende quando o professor resolve perguntar aos alunos o que aprenderam durante o ano, e claro que eles disseram somente sobre as matérias, os conteúdos e nada sobre a vida ou em como eles se deram bem naquele ano apesar das diferenças, ao tocar do sinal uma aluna chega ao professor e diz que não aprendeu nada, e o professor simplesmente diz que deve ter algo que ela aprendeu, e ela reafirma que não, então ele não há questiona mais, como se não fosse culpa dele próprio. Nas últimas cenas estão todos jogando bola, interagindo professores e alunos, coisa que era para ter acontecido em sala de aula, e não no último dia de aula.
            Com isso concluímos que a escola deve ser um lugar onde o aluno encontre tanto qualidade de ensino, como a formação moral e ética, o convívio deve ser organizado de acordo com as diferenças dos alunos, pois cada um tem seu tempo, sua criação e sua educação, senão não vale de nada todo o “esforço” do professor, aliás, ele se esforçou de maneira errada, por isso não obteve resultados satisfatórios.
        

Filme "Nos que aqui estamos por vós esperamos"


"Nós que aqui estamos por vós esperamos."

Com base na história e na psicanálise, Marcelo Masagão compôs um complexo mosaico de memórias do século 20. Seu recurso à justaposição de imagens e seqüências fragmentadas, ao invés de uma narrativa contínua e linear, capturou o âmago mesmo desse tempo turbulento. A irrupção nele da cultura moderna indicava precisamente isso: a ruptura de todos os elos com o passado; o imperativo da supremacia tecnológica; a penetração ampla e profunda em todas as dimensões, macro e micro, da matéria, da vida e do universo; o anseio da aceleração, da intensidade, e da conectividade; a abolição dos limites do tempo e do espaço. O que mais marca este momento portanto, é justamente essa multiplicação de energias, a pluralidade das sensações e das experiências, o esfacelamento da consciência e a interação com os mais diversificados contextos.


Do alto da montanha-russa é possível avistar diferentes pontos de vista a partir de diferentes planos da realidade. O ritmo dos trilhos não deixa a permanência em um único plano. Cemitério em vista. Cruzes brancas vistas do alto, em uma dimensão diferente. Em menos de 100 anos seremos vistos também. E os nossos feitos estarão sendo usados!
Cemitério! Num piscar de olhos, juntamente com o desenrolar da montanha-russa, somos envolvidos em movimentos circulares que remetem ao funcionamento de máquinas da revolução industrial, iniciada no século XIX. Foi uma cena de fração de segundos. Século XX. Matemática abstrata. E=mc2. Máquinas complexas. Bombas. Bluuúuumm!
Estamos em descida. Frio na barriga… Bluuúmm! Ritmo outra vez! E o tempo de produção de um carro foi reduzido de 14 horas para 1h33min. Alex Anderson viveu de 1882 a 1919, e foi operário. Recebia $22.00 por semana e trabalhava por 12 horas diárias, incluindo sábados. Fazia pique-nique aos domingos. Nunca teve um Ford K como os que ajudava a produzir, e morreu de gripe espanhola. Não dá para ver o túmulo dele daqui.
Estamos subindo de novo! Gostozinho! Mas o carrinho parou! Estamos diante de um abismo! Fração mínima de segundos parados no ar. Entregues ao vento e à gravidade. Matemática abstrata. Despencaaaamooosss…
Vietnã. Um avô qualquer (muito simpático por sinal), que estava em um belo dia ensolarado curtindo a praia com os amigos. Ele era levantado para o alto. O alto! … Conheci o pedaço da batata da perna do filho dele. Mas podia não ser também do filho dele. Segundo Cristian Boltanski: “em uma guerra não se matam milhares de pessoas. Matam-se uns que adoram espaguete, outros que são gays, outros que namoram. Em uma guerra, acumulações de memórias são assassinadas”. Concordo com ele.
As fontes de energia tornam-se cada vez mais potentes. Surgem novos meios de transporte, como transatlânticos, carros, caminhões, motos, trens expressos, aviões…, novos meios de comunicação como o rádio, o telégrafo, gramofones, fotogramas, fotografias, cinema… Ahhh, o cinema! Mais armamentos, conhecimento especializado e a conquista do globo terrestre.
Um referencial europeu para um ideal de civilização ou “Ordem e Progresso”? Um futuro de racionalidade e harmonia. Ritmo em velocidade. Queda vertiginosa. Oscilações e constatações. Ritmo que nos tira a referência espacial.
Cemitério. Novas formas de usar a eletricidade. Velocidade e usinas hidro e termelétricas. Petróleo e derivados para motores de combustão interna e veículos automotores. Novas técnicas de prospecção mineral. Siderúrgicas. Materiais de plástico. Segunda Guerra-Mundial e destruição em massa.
Guerra-Fria. Conflito entre mundos desenvolvidos. Ditaduras para o sub-mundo. Revolução micro-eletrônica e parques de diversão. Montanha-russa e algodão doce! Idealismo: mostrar o heroico de modo anônimo e simples, porém, crítico. 1970: a China tinha como principal atividade montar bicicletas. O livro de cabeceira era O Vermelho. 1985: 8238 “Joãos” trabalhando na Serra Pelada, aqui no Brasil. “Joãos” em busca do ouro, nunca encontrado para eles! Japão de 1957: japonesas operárias produziam televisões. Fotos artísticas em preto-e-branco foram tiradas dos pés descalços, sujos e de pele ressecada por Sebastião Salgado. Cemitério para o pé do dono desse pé que gostava de Coca-Cola. “Sempre Coca-Cola…!”
Efeitos especiais brilhantes. E mais uma cena de cemitério! Efeitos que exprimem uma mescla impactante de imagens, ideias, fatos, sonhos e sons (sempre nos trilhos…) Até a Praça da Paz Celestial em 1989 com tanques de bombardeio. Distorção de rostos mais a palavra PARANOIA.
Foto de um bebê fofinho. Cara de bravo. Bebê fofinho “indolente , mal-humorado e austero. Pouco dinheiro, poucos amigos, poucas mulheres. Nem cigarro, nem bebida. Bigode ralo.” Efeito desorientador, cegueira e irreflexão. Sociedade sem crítica e, consequentemente, sem identidade.
Século XX. Efeitos multiplicativos. Globalização. Transações entre Tóquio, Hong-Kong, Cingapura, Europa, Londres, Zurique, Frankfurt, Nova York, Chicago e Toronto. Sistemas políticos, parlamentos, tribunais e opinião pública. Redistribuições na saúde, educação, moradias, infra-estrutura, seguro social, lazer e cultura.
Tempo: passado, presente e futuro. Che, Gandhi, King e Lennon. Mulheres nos trilhos. Mulheres gostando de ficar nos trilhos. Casa, cozinha, filhos, marido e depressão. “We can do it!” and more… Channel, operárias, alemãs, russas, inglesas, japonesas, americanas, mais americanas. 1916: primeira clínica de controle da natalidade. Margareth Sanger; mulher que teve essa ideia foi acusada de obscenidade, presa e viveu de 1883 até 1966.
Woodstoock. Cemitério. “Há três tipos de déspotas: o eu tiraniza o corpo; o Príncipe. O que tiraniza a alma; Papa. O que tiraniza o corpo e a alma; o Povo”. Vertigem. Vertigem e Deus. Deus: criança pobre à espera dele.
Síndrome e tempo: reflexão sobre seus caminhos e descaminhos. Parou. Cabelos penteados pelo vento! Carrinho parado e pé no chão! Cemitério! Retrospectivas de sonhos e realidades, arte e guerras, vidas e mortes. Secular “Nós que aqui estamos, por vós esperamos” (um documentário para nossa cabeceira! Par ideal da nossa bíblia!). Mas antes, estrangulou o marido, ou a mulher, e foi ao cinema!


Video: https://www.youtube.com/watch?v=maDnJcVbAoQ